segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Whiskey Lullaby


Há meses o cheiro de álcool era perceptível em seu hálito, então aquele dia ela sentou no tapete da sala, com sua companheira diária, uma nova garrafa de Jack. E finalmente, naquele dia frio e nublado, que parecia um dia qualquer, ela conseguiu o que tentava por tanto tempo, afogou aquelas tristes memórias que a assombravam.

As tristes memórias da caminhada para casa mais difícil de toda sua vida, de como cada gota de chuva fervia em sua pele, de como ela se sentiu ao conseguir se levantar e sair daquele beco escuro e assombrado. Agora já não lembrava mais de como aquele dia era para ser só mais um em sua vida e de como, em um piscar de olhos, se transformou em seu pior pesadelo. Nunca mais lembraria de como sentiu sua espinha congelar ao perceber que estava sendo seguida por aquele cara inconveniente que tinha tentado beijá-la no bar, de como tinha buscado forças no fundo de sua alma para conseguir tirá-lo de cima dela e de como foi difícil chegar em casa com o vestido rasgado e os braços e pernas cobertos por machucados. E esquecera de uma vez por todas o que sentiu quando abriu a porta de casa, sentou no chão e chorou até sentir o abraço desesperado de seu namorado.


Seus pais a encontraram fria e pálida ao lado de uma garrafa vazia, deitada sobre o tapete da sala.

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Ipanema dream


Repouso novamente meus olhos em teus morros.
Montanhas de uma gente simples, um povo sofrido que aprendeu a rir das dificuldades e sambar nos tempos difíceis.
Ah, cidade maravilhosa, tu fez um novo refém.
Porque insistes esbanjar tamanha beleza e criatividade?
Porque brinca com meus sentimentos com tanto desprezo?
Já lhe expliquei que não posso ficar.
Porque tenta me prender com essas correntes que tanto me apertam quando estou longe?

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Oh take me back to the start


Ele acordou do seu sonho mais bonito, olhou em volta, tudo naquele quarto o lembrava dela, cada porta retrato, cada livro fora de lugar, ela estava presente nos detalhes mais singelos, nos objetos mais simples. Ele não conseguia sair de lá, ele se sentia um pouco mais próximo a ela ali, como se ela estivesse presente naquele quarto, mas não estava nem podia estar.

Alguns dias atrás eles estavam jantando no restaurante preferido dela, uma noite agradável, lua cheia, saíram do restaurante para caminhar na orla da praia, pouca iluminação, porém não era difícil enxergar, a lua se encarregava de iluminar o caminho do casal.

Há poucos metros de onde o casal estava um marido traído brigava com sua esposa infiel, desconfiado ele seguiu sua mulher até um bar, onde assistiu calado e mergulhado em lágrimas, sua mulher, o amor da sua vida, se encontrar com outro. Em um surto de sofrimento ele sacou sua pistola e descarregou o pente em direções diversas.

Ele matou o amante e feriu a coluna da sua mulher, que jamais andaria novamente. O casal que passava inocentemente perto desse bar, também foi atingido, ele levou um tiro no braço, ela não teve tanta sorte, ela terá para sempre aquela bala perdida alojada em seu cérebro, não podem retira-lá. Ela está em coma, e dificilmente conseguirá retomar sua consciência.

Ele não consegue se perdoar, não consegue entender que ele não teve culpa, seu dever era protegê-la, ele falhou.

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Bad Apples



Uma gota escorre solitária e triste na janela do quarto mal iluminado, um cheiro de vinho que a muito fora derramado no tapete, um silêncio chamativo tomava conta do quarto. Um quarto pequeno, bagunçado e sujo, um homem descansava na cama, seu rosto estava inchado, passara a noite chorando agarrado ao seu travesseiro, o barulho da chuva quebrava o silêncio. Ele acordou ofegante e desesperado, pesadelo outra vez, já tinha um tempo que ele não conseguia dormir, quando pegava no sono, tinha pesadelos. A morte de seus pais tinha o atormentado muito, seus rostos não abandonavam sua mente, sua mãe fora brutalmente assassinada na frente de seu pai, que cometera suicídio dois dias após o assassinato. Ele estava assustado demais para sair de casa, após duas semanas de profunda dor conseguiu reunir forças para sair de casa. Foi até a esquina tomar um café sentou-se à mesa e quase sorriu, pouco antes de se levantar para ir embora um homem entra na cafeteria, senta-se à mesa ao lado e sem dizer uma palavra pega sua arma e dispara em direção ao pobre homem órfão, em seguida dispara em sua própria direção.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Street Of Dreams


Ela era a moça mais doce que um dia tive o prazer de conhecer, a inocência brilhava em seus profundos olhos azuis, entretanto Bella era frágil, como qualquer adolescente, ela tinha sonhos, tinha desejos, tinha amor. Ela se apaixonou algumas vezes em sua vida, mas dessa vez foi diferente, entregou-se a ele sem imaginar o que a aguardava pela frente.
Ele partiu seu coração. Bella, internamente ainda inocente e frágil, mudou, agora nem todo o amor do mundo poderia salva-la.

Ontem, enquanto voltava de um bar na praia vermelha, me deparei com um grupo de jovens, o cheiro de álcool exalava, tornando o ambiente mais repulsivo. Meninas com mini-saias desfilavam até a janela dos carros que paravam perto do grupo, enquanto homens drogados se esfregavam nojentos às pobres meninas. Então, no meio desse cenário deplorável eu repousei meus olhos nos olhos mais azuis que já vi, eu tinha certeza, era Bella. A garota frágil e inocente agora tinha uma expressão triste, de quem já viu o pior que a vida pode oferecer. Não me contive e fui até ela, tentei convencê-la a voltar para casa, a sair daquele beco sujo, mas falhei. Toda a inocência, tudo que eu pensei que era bonito, já não morava dentro dela. Dói, dói muito ver como ela mudou, como ela se deixou de lado, como toda aquela beleza que havia nela, hoje, são apenas memórias.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Remembering Sunday


Foi estranho, te rever depois de tanto tempo, apesar da estranheza sutil do momento, pareceu certo, estar com você me pareceu natural, meio nostálgico até. Acontece que é errado, o que eu senti por ti tanto tempo atrás foi errado, foi sumindo com a tua ausência, rever você trouxe a tona esse sentimento errado e incomodo que a muito eu não sentia. Minha mente abrigou-te de tal maneira que eu duvido que um dia você tenha saído dela. Meu coração, dilacerado por outros amores, te acolheu e quase sorriu, devo dizer que meu coração há muito não sabe o que é paz, andava aos prantos, até o nosso reencontro.
Me espanto como um amor proibido se apresenta muito mais prazeroso do que realmente é. Mas o que mais me intriga nesse meu sentimento por ti é a duvida, não, não duvido do que sinto, a duvida aqui presente é saber se eu posso ou não estar contigo, não sei se aceitariam nossa cumplicidade. Meus sentimentos pela primeira vez, não machucariam somente a mim, os mais próximos a nós talvez se arranhassem com a nossa união. Não sei se o sentimento que sempre julguei errado é realmente errado, e se é errado, porque estar ao seu lado parece tão certo?

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Heard your voice through a photograph


O quarto estava completamente revirado, cheiro de uísque preenchia o ambiente, uma garrafa de Dimple quebrada no chão, estava tudo destruído, televisão, computador, tudo. Um corpo inerte descansava do outro lado do cômodo. Tiago acordou, levantou com alguma dificuldade, com cuidado para não pisar nos cacos de vidro espalhados pelo chão, ele atravessou o quarto, passou pela sala e saiu do apartamento. Entrou no seu carro, viu a foto de sua namorada, Eliana, no porta-luvas, chorou. Depois de algum tempo conseguiu se controlar, ligou o carro, foi dirigindo devagar da 307 sul até o mercado de flores ao lado do cemitério, comprou o mais lindo boque de tulipas vermelhas e caminhou de cabeça baixa até o cemitério Eli repousava pálida e distante, rodeada de flores brancas, Tiago colocou a boque de tulipas perto de seu rosto e logo ao lado um caixinha de veludo preto, ele pediria sua mão naquela noite, lhe deu um beijo na testa e saiu.

terça-feira, 5 de julho de 2011

Bad Obsession


Eu ainda sentia o gosto de sangue na boca, as últimas lágrimas escorriam solitárias e lentas pelo meu rosto. Escorreguei pela parede e me sentei no chão do quarto de hotel. Ofegante. Na minha frente repousava sereno, o cadáver de meu marido.
Não, eu não o matei. Contarei-te agora o que acontecera nesse quarto de hotel alguns minutos a trás.
Hoje, dia 17 de agosto, meu aniversário de casamento. Pedro, meu marido, me trouxe flores, tulipas vermelhas, elas simbolizam amor eterno, também são minhas favoritas. Junto às flores, eu encontrei um cartão, um convite para jantar em um hotel. À noite fomos ao restaurante do hotel jantar, uma noite normal, até que um homem entrou no restaurante, ele atirava para todos os lados, vi muito bem quando uma bala atravessou o peito de uma senhora na mesa ao lado da minha. O assassino pegou Pedro pelo braço e o levou embora enquanto gritava palavrões a ele. Senti um dor forte na minha nuca, apaguei. Acordei no maldito quarto de hotel, com muita dor de cabeça e na minha nuca, amarrada à cama e nua. Pedro estava em uma cadeira ao meu lado, estava amarrado e coberto de sangue, seu sangue. Ainda estava vivo, porém, mal conseguia se mexer, seu rosto foi desfigurado. Consegui notar um breve brilho em seus olhos quando viu que eu estava acordada. Estávamos sozinhos, com muito esforço consegui desprender uma de minhas mãos da cama, em algum tempo estava livre, desamarrei Pedro e coloquei minhas roupas. Escapar daquele pesadelo estava fácil de mais, até que o assassino entrou no quarto. Antes que eu pudesse ter qualquer reação levei um soco na boca e desmaiei. Acordei no chão, do mesmo jeito que cai, porém sem roupas novamente, meu vestido, rasgado, minha calcinha ao meu lado. Sangrava, ardia. Minhas pernas não me sustentavam direito, após algum tempo, me levantei, silencio, caminhei até o outro lado do quarto, Pedro já não estava respirando, jogado no chão ao lado de uma poça de sangue. Encostei-me à parede em busca de apoio, em vão, minhas forças se foram de tal maneira que escorreguei pela parede até sentar no chão com meus olhos vidrados em Pedro.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Red Eyes


Ela desceu as escadas até a passagem subterrânea para chegar ao seu ponto de ônibus, como fazia todos os dias. O som de uma pedrinha rolando pelo chão molhado invadia a cena e acentuava a solidão da moça. Com o medo transbordando por seus olhos, ela andava depressa, quando um frio súbito tomou conta do cenário, ela sentiu seus músculos se contraindo e seu corpo tremer. De repente sons de outros passos começaram a acompanhar os seus, desespero, ela olhou rapidamente para trás, um homem caminhava com a cabeça baixa, ela apressou o passo, não faltava muito para a travessia acabar e ela se encontrar com algumas pessoas na rua, testemunhas.
Conforme a escada, que sinalizava o fim da passagem subterrânea, chegava seu coração se tranquilizava. Porém, hoje não, hoje ela não chegaria às escadas, não riria de si mesma por ter medo à toa, não. O homem misterioso se aproximou, ela sentiu a mão fria do homem apertar seu frágil pulso, no susto ela olhou para o homem, pensou ter visto um brilho escarlate em seus olhos, seus dentes cresceram, ela sentiu sua pele rasgando, seu sangue escorrendo, sua vida se esvaindo. Em menos de um minuto a bela moça jazia no chão sujo e o homem continuava seu caminho enquanto limpava sua boca na manga do casaco.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Gunshots


Ele deu seu ultimo suspiro vendo sua esposa do outro lado da sala já morta com seu bebê no colo. Pouco depois do massacre a policia chegou, nenhum sobrevivente. O casal e seus três filhos estavam mortos.

Já passava das 14 horas quando ele chegou com o almoço, estava nervoso, foi só um acidente de carro ele disse. Sua mulher estava desconfiada, um simples acidente de carro não deixaria seu marido nervoso daquele jeito. Todos estavam almoçando, quando um homem bateu na porta, o filho mais velho se levantou para ver quem era e no momento em que abriu a porta o homem lhe deu um tiro no peito. Seu pai desesperado correu para amparar o filho já morto. O homem com um revolver na mão gritava, dizia que ele estava com sua mulher na noite anterior e que iria pagar por tê-lo feito de idiota. A mãe do garoto chorava todas as suas lágrimas, abraçada ao filho sem vida. O assassino encostou o revolver frio em sua nuca e a mandou levantar, ela obedeceu e foi para o outro lado da sala com seu filho e seu bebê. O homem atirou na perna do homem que ele acredita ter passado uma noite com sua mulher, ele agonizava no chão quando ouviu mais três disparos, sua família estava morta. Antes de sair o assassino olhou-o nos olhos, sorriu, e se foi.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Backstage


Ela entrou no cabaré com os olhos vermelhos e o rosto inchado, ela havia brigado com ele mais uma vez, sem falar ou olhar para ninguém, correu para seu camarim, estava atrasada, colocou seu mais belo vestido decotado e subiu no palco. Cantou, duvido que ela saiba o quão lindo ela contou naquela noite, e os homens bêbados aplaudiam de pé a moça que nunca teriam. Ela voltou para o camarim chorou, chorou até os olhos queimarem. Lavou o rosto se trocou e foi para casa. Alívio. Naquela noite ele não voltaria, ele não voltaria nunca mais. Ela jamais teria que escutar seu tom de voz elevado gritando mentiras e ofensas, jamais sentiria sua mão pesada segurando seu braço, jamais levaria outro tapa daquele infeliz. Ele agora tinha outro endereço. O cemitério no fim da rua.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Troubled mind


Quem é você que invade meus sonhos?
Quem é você que não me deixa dormir?
Quem é você que me revira a cabeça?

Conheço teu rosto,
Mas não seus pensamentos.
Conheço tua boca,
Mas não o que sai dela.

Quem é você que a muito me comove?
Quem é você que me tira os sentidos?
Quem é você que roubou meus pensamentos?

Não sei quem és,
Não sei o que faz,
Não sei pra onde vai,
Não conheço seu coração.

Mas sei que agora você possui dois,
O seu e o meu.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Little Pieces



When I find my wings, you'll see, I'll fly away so high that nobody will ever reach me. - Carolina Camargo
Algumas vezes eu já quis sumir, já quis deixar tudo para trás, mas eu penso nos pedaços de mim que não me seguiriam, meus pais, meu irmãos, meu amigos... Tenho tantos pedaços espalhados por ai que nem sei se um dia eu os verei novamente. Sinto saudades de cada pedaçinho, mas eu prefiro a dor da saudade a ser uma pessoa inteira e não ter ninguém lá fora por mim, não ter ninguém do meu lado, não ter pra quem contar os meus problemas, não ter ninguém que me faça rir, não ter amigos. Sei que não sou uma pessoa fácil de lidar, nunca fui, nunca vou ser, por isso, agradeço a cada pedaçinho meu que está por ai, que nunca me abandonou, e peço desculpas por qualquer coisa.
Eu sei que se um dia eu conseguir sumir mundo a fora, é porque eu não tenho mais nada.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

The little things



Então, eu vou brincar de me encontrar.
Eu gosto da chuva, do frio e do café. Da dança, da música e da arte. Do amargo, do doce e do errado. Da festa, da brincadeira e do riso. Gosto do inteiro, do amor e do toque. Do perto, do beijo e do abraço. Do sorriso, da lágrima e do olhar. Do cheiro, do aperto e do carinho. Do brilho dos olhos, das bolhas de sabão e das gotas d’água. Da bagunça, da desordem e da folga. Da rainha, do rei e do príncipe. Da felicidade, da harmonia e da paz. Do caos, da lama e do sujo. E porque não do limpo, do certo e do arrumado. Gosto do segredo, do mistério e do estranho. Do urso, da infância e da inocência. De sair, de viajar e de conhecer. Da farra, da multidão e do sossego. Do silêncio, do escuro e do medo. Do violão, da liberdade e da espontaneidade. Da natureza, do cimento e da flor. Do rio, do mar e da calmaria. Gosto das coisas simples, puras e belas. Eu sou isso, tudo isso. E um pouco mais.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Half The Man I Used To Be



"Forward yesterday
Makes me wanna stay
What they said was real
Makes me wanna steal
Livin' under house
Guess I'm livin', I'm a mouse
All's I gots is time
Got no meaning, just a rhyme

Take time with a wounded hound
'Cause it likes to heal
Take time with a wounded hound
'Cause I like to steal
Take time with a wounded hound
'Cause it likes to heal, I like to steal
I'm half the man I used to me
This I feel as the dawn
It fades to gray
Well, I'm half the man I used to be
This I feel as the dawn
It fades to gray
Well, I'm half the man I used to be
This I feel as the dawn
It fades to gray
Well, I'm half the man I used to be,
half the man I used to be

Feelin' uninspired
Think I'll start a fire.
Everybody run
Bobby's got a gun.
Think you're kinda neat
Then she tells me I'm a creep.
Friends don't mean a thing
Guess I'll leave it up to me."
- Nirvana

Exatamente com eu me sinto agora, metade do que eu já fui um dia.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

I said it's too late to apologize


Peço desculpas.
Desculpe-me por nunca ter olhado nos seus olhos;
Desculpe-me por nunca ter lhe dito uma palavra;
Desculpe-me por sempre te observar em silêncio;
Desculpe-me por não demonstrar o que sinto;
Desculpe-me por esperar que você fale comigo;
Desculpe-me por pensar que eu te conheço;
Desculpe-me por não perceber que você não me quer por perto;
Desculpe-me por julgar que você não me quer por perto;
Desculpe-me por saber da sua vida;
Enfim, desculpe-me por te amar.

"Te perdôo
Por pedires perdão
Por me amares demais"
- Chico Buarque

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Who is honest know who is lying


É incrível como o simples fato de você ver uma pessoa pode mudar o seu dia, às vezes melhora e às vezes piora. O fato é que algumas pessoas nos fazem bem, por isso é comum querermos ficar perto dessas pessoas, por outro lado, algumas pessoas nos fazem muito mal, só de estar por perto, e o grande problema, às vezes queremos que essas pessoas fiquem perto da gente também. Não é fácil perceber quem nos faz bem e quem nos faz mal. Essa é uma tarefa difícil e leva muito tempo para realizá-la. Eu sinceramente invejo o ser humano que nunca se decepcionou ou nunca julgou errado. Julgar uma pessoa é inevitável, mas é preciso conhecê-la antes de qualquer conclusão.
Enfim, devemos tomar cuidado com quem está do nosso lado. Cuide de quem cuida de você, quanto ao resto? Bem, ninguém nunca precisou de restos para ser feliz.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Broken inside



Dizem pra você ser você mesmo, mas como uma pessoa pode ser ela mesma sem saber quem ela é? Ando sem saber quem sou, como agir, como me portar diante de certas situações. Ajo por puro instinto. Quando resolvo pensar no que fazer tropeço em palavras, perco o raciocínio. Queria descobrir logo quem realmente sou, e agir de acordo com a minha vontade, mas não sei ao certo como vou fazer isso. Por enquanto, penso que será suficiente olhar profundamente na minha alma e ver se encontro algo útil.
Não sai da minha cabeça uma duvida: será que um dia eu vou realmente me encontrar? Eu espero que sim, e rápido, minha alma tem pressa.
Quando penso em que eu sou, ou em quem eu pretendo ser um dia, sinto uma aperto no coração e um vazio em minha mente. Quero ter novamente certeza sobre a minha opinião, sobre o meu caminho, sobre o meu coração.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

I can only blame myself



E a cada dia o peso se torna maior, vai devagarzinho se tornando insuportavelmente pesado, o que um dia foi um pequeno incomodo hoje é o causador da minha insônia, ele vai consumindo cada gota da minha energia, cada sorriso, cada raro momento de felicidade. Vai se tornando impossível passar um dia se quer sem derramar uma lágrima. Sinto estar transbordando de agonia, e minhas lágrimas são a prova de que a dor não cabe mais em mim, e esta vazando pelo único lugar que ela encontra. Meu coração esta apertado, sinto a dificuldade dele em bater, coitado, minha tristeza comprimiu-o tanto que ele nem consegue trabalhar. Eu já me esgotei, acabaram as minhas forças para continuar, a vontade é imensa, apesar do aviso da minha consciência de que continuar só vai machucar mais, mas eu não sei o que é mais difícil, esquecer e desistir sem ao menos tentar, ou continuar me arrastando e utilizando uma energia que eu já não possuo. Muitos diriam que é bobagem sofrer assim, sabendo que eu não vou alcançar o que eu quero, mas como eu posso ter tanta certeza que eu não vou conseguir sem me dar essa chance? Mas eu não sei se o preço por essa chance é justo, me desgastar dessa maneira por uma pequena possibilidade de dar certo? Mas será que eu, sabendo da existência dessa chance, consigo simplesmente desistir e deixá-la para traz? Não sei, não sei qual é o caminho certo, se é que existe tal coisa, nem qual é o menos doloroso, muito menos sei dizer qual eu vou tomar, mas sei que não vai ser fácil tomar uma decisão.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

What kind of love have you got?


Ele andava por uma rua triste, cinza e vazia, a raiva e a vontade de desfrutar pra sempre da solidão que assolava sua alma eram evidentes em seus profundos olhos azuis. Não gostaria de estar em nenhum lugar que não aquele, a chuva descia fina e se confundia com suas lágrimas que desciam seu rosto pálido, seus cabelos, absurdamente pretos, destacavam a vermelhidão que agora tomava conta de seus olhos, a confusão mental não o deixava apreciar o silêncio da noite vazia, os postes de luz de nada serviam com suas luzes fracas, para sua sorte a lua cheia iluminava quase toda a viela. Passos curtos, cansados e lentos ecoavam em seus ouvidos, não dava mais, a dor se apoderara completamente de seu frágil coração, o som opaco dos seus joelhos o levando ao chão preenchia a atmosfera, pegou sua Colt 357, sua pele áspera e quente estranhou o metal gelado do revolver, um som explosivo, seguido de mais um som opaco, o sangue escarlate coloria o cimento escuro e a luzes fracas e incertas dos postes de luz desistiram, finalmente.

quarta-feira, 10 de março de 2010

Black Snake Moan


Seus olhos ardiam, sua boca estava seca e ele sentia uma lágrima solitária e triste descer seu rosto queimado, a cada milímetro percorrido pela lágrima aumentava sua vontade de voltar e fazer tudo diferente. Ele teve sua pele completamente destruída e o lugar onde a dor era mais profunda a morfina não alcançava. Aquela noite ao ver sua amada partir, seu coração deslanchou a sangrar, sangrava tanto e tão profundamente que se tornara incapaz de sentir qualquer coisa além de dor e arrependimento. Fazia poucas horas que ele tinha perdido tudo que já amou na vida sua querida esposa e sua filhinha, que no desespero do incêndio se abraçara com toda a força no corpo já sem vida de sua mãe.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Before the storm


Você provavelmente já ouviu falar das bombas atômicas e do estrago que elas causam em prédios, pessoas e em cidades inteiras, mas você já parou para pensar no estrago que essas bombas causam há uma coisa tão pequena e singela como uma rosa? E se elas são capazes de tal efeito em uma flor imagine uma coisa mais simples e frágil, imagine o impacto de uma bomba de nêutrons em um bebê de descansa docemente em seu berço. Agora pense no inferno que várias pessoas passaram em 1940 em Hiroshima e Nagazaki quando as bombas “Litlle Boy” e “Fat Man” trouxeram um dos maiores desastres, causados pelo homem. Depois de tais pensamentos uma pergunta ainda sem resposta para mim e muitas outras pessoas pelo mundo, Para que construir tal coisa? Uma coisa que pela simples vontade de se mostrar superior pode causar tudo isso há pessoas que não tem nada a ver com o seu ego?

"E as ameaças de ataque nuclear
Bombas de neutrons não foi Deus quem fez
Alguém, alguém um dia vai se vingar
Vocês são vermes, pensam que são reis
Não quero ser como vocês
Eu não preciso mais
Eu já sei o que eu tenho que saber
E agora tanto faz"

-Renato Russo.

domingo, 4 de outubro de 2009

It always gone be another mountain


Fim de tarde, dia chuvoso, um dia em que tudo o que se quer é ficar em casa e tomar uma xícara de chocolate quente enquanto assiste Telecine Cult. Ele chega em casa, abre a porta, a casa está virada de cabeça para baixo, ele se rasteja até seu quarto, deita e dorme. Passa pela sua mente adormecida um mundo que já se foi, e não volta nunca mais, em um parque no meio de um parque em sua cidade natal ela vê uma amiga de infância, uma menininha loira, de meigos olhos castanhos, se aproxima Rafaela não era qualquer amiga de infância, era sua melhor amiga, e pela qual ele ainda se balançava. O telefone toca, operadora de telefone, senta na cama e pensa sobre seu sonho, corre para o computador e procura uma foto dela, rapidamente ele acha e abre na maior resolução possível. Gostaria de reviver cada momento ao seu lado, ou pelo menos voltar a vê-la mais uma vez, ele chega a uma conclusão, não sabe ao certo quando nem mesmo como o faria, mas tinha a certeza que voltaria a ver aquele rosto e sentir aquele singelo abraço.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Baby I'm trying


Ela acorda no susto, dá um pulo da cama toma banho e se arruma, pronta para o trabalho, ela olha no relógio, são seis e meia, seu trabalho começa as nove, o que está fazendo acordada?! Tira os sapatos, limpa o rosto para tirar a maquilagem e muda de roupa, deita e tenta dormir, insônia, levanta vai até a cozinha bebe um copo de leite, se deita e tenta dormir novamente, mais insônia, seu despertador toca, são oito horas, levanta, se arruma de novo e sai de casa, transito péssimo, nervosa ela aproveita a primeira oportunidade para pegar outro caminho, arranca com o carro e passa por cima de alguma coisa, com medo ela desce do carro e vai ver o que aconteceu, deitada de lado e cheia de sangue uma velhinha descansa docemente, desesperada ela liga para o hospital, em pouco tempo a ambulância chega, a velhinha não tem mais pulso, mais tarde ela descobre que a velhinha era mãe do seu supervisor, ele fica sabendo do trágico acidente, ela é demitida, ele vai para casa, toma banho e tenta dormir, insônia.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Não tem preço

Ela podia morar numa mansão de 6 andares, com quartos luxuosos decorados com camas com vários colchões. Comia nos melhores restaurantes e dançava nas boates mais bem frequentadas da cidade. Tudo isso circulada de pessoas que juravam ser fiéis à ela até o fim e fazer tudo juntos. Um dia, o pai dela perdeu o emprego, a mãe ficou em depressão e a casa luxuosa foi vendida, os restaurantes pareciam não lembrar mais de quem ela era e as boates estavam fora de cogitação pelo preço altíssimo. A única coisa que restava para ela era o sopro de esperança que poderia alcançá-la pelos tão ditos companheiros de carteirinha, mas quando ela tenta se aproximar, ocorrem várias coisas estranhas: Um parece nunca estar em casa, outro viajou, aquela ficou doente. A menina então percebe que nenhuma daquelas pessoas nunca nutriu um sentimento verdadeiro por ela e sai triste pela cidade. Quando senta no banco da praça, vê dois meninos rindo e dividindo um sorvete e conclui que aqueles que se diziam seus "amigos" apenas olhavam para quantos dígitos tinha sua conta bancária e nunca pensavam em fazer algo simples e tão intenso, maravilhoso. Porque amizade de verdade, daquelas que te fazem rir e dividir o sorvete porque o dinheiro está curto, não têm preço.

domingo, 2 de novembro de 2008

Custo/beneficio

Cada amigo tem seu preço, mas ele não vem com uma etiqueta pendurada no braço. O valor deles agente vai descobrindo aos poucos. Tem aqueles de edição limitada e exclusiva, que você nunca vai encontrar igual. Em certos casos, descobre-se que foi depositado muito para levar uma grande decepção. Muitas vezes também encontramos aquele que se encaixa no que precisamos, seja companhia no cinema, seja para desabafo na madrugada. Uns vêm em pacote econômico, com qualidades de sobra. Em ponta de estoque, achamos raridades. Na promoção, ainda tem o compre 1 leve 2, 3, 4, a turma intera! Outros custam caro e logo percebemos que o investimento não valeu à pena. Amizade é um verdadeiro saldão. Encontrar algo que atenda às necessidades e corresponda às expectativas não é fácil, mas, uma vez achado, o que mantém o relacionamento em pé não cabe na carteira.

sábado, 1 de novembro de 2008

É só papel. Papel muito do caro.

Seria a maior mentira se eu falasse que dinheiro não é importante nas nossas vidas. Quer dizer, você precisa dele para se alimentar, se vestir e tudo mais. Mesmo assim, é meio cômico pensar que uma coisa feita de papel gere tantos problemas, discórdias e até guerras no mundo. Uma pesquisa recente apontou que o motivo da felicidade dos bem favorecidos é o dinheiro. Tá, tudo bem, não discuto nesse ponto. Mas será que sem o tal do dinheiro eles seriam depressivos? Poxa, e quanto ao amor, amizade, diversão [gratuita]?! Acho que esses conceitos ficaram tão esquecidos no mundo moderno que parece que você precisa ter uma boa conta bancária pra ter um amor de verdade - o que totalmente você não vai ter, já que ele só vai estar interessado mesmo é no saldo da sua poupança. A verdade é que ninguém é feliz com dinheiro, nem sem o mesmo. A coisa é que, a cegueira humana tem vários modos de agir e encontrou nesse insignificante ser, denominado Real, seu lar. Daí as pessoas que perderam sua visão acham que suas vidas giram em torno dele. Muito triste, mas fazer o quê.