segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Backstage


Ela entrou no cabaré com os olhos vermelhos e o rosto inchado, ela havia brigado com ele mais uma vez, sem falar ou olhar para ninguém, correu para seu camarim, estava atrasada, colocou seu mais belo vestido decotado e subiu no palco. Cantou, duvido que ela saiba o quão lindo ela contou naquela noite, e os homens bêbados aplaudiam de pé a moça que nunca teriam. Ela voltou para o camarim chorou, chorou até os olhos queimarem. Lavou o rosto se trocou e foi para casa. Alívio. Naquela noite ele não voltaria, ele não voltaria nunca mais. Ela jamais teria que escutar seu tom de voz elevado gritando mentiras e ofensas, jamais sentiria sua mão pesada segurando seu braço, jamais levaria outro tapa daquele infeliz. Ele agora tinha outro endereço. O cemitério no fim da rua.

Nenhum comentário: