terça-feira, 5 de julho de 2011

Bad Obsession


Eu ainda sentia o gosto de sangue na boca, as últimas lágrimas escorriam solitárias e lentas pelo meu rosto. Escorreguei pela parede e me sentei no chão do quarto de hotel. Ofegante. Na minha frente repousava sereno, o cadáver de meu marido.
Não, eu não o matei. Contarei-te agora o que acontecera nesse quarto de hotel alguns minutos a trás.
Hoje, dia 17 de agosto, meu aniversário de casamento. Pedro, meu marido, me trouxe flores, tulipas vermelhas, elas simbolizam amor eterno, também são minhas favoritas. Junto às flores, eu encontrei um cartão, um convite para jantar em um hotel. À noite fomos ao restaurante do hotel jantar, uma noite normal, até que um homem entrou no restaurante, ele atirava para todos os lados, vi muito bem quando uma bala atravessou o peito de uma senhora na mesa ao lado da minha. O assassino pegou Pedro pelo braço e o levou embora enquanto gritava palavrões a ele. Senti um dor forte na minha nuca, apaguei. Acordei no maldito quarto de hotel, com muita dor de cabeça e na minha nuca, amarrada à cama e nua. Pedro estava em uma cadeira ao meu lado, estava amarrado e coberto de sangue, seu sangue. Ainda estava vivo, porém, mal conseguia se mexer, seu rosto foi desfigurado. Consegui notar um breve brilho em seus olhos quando viu que eu estava acordada. Estávamos sozinhos, com muito esforço consegui desprender uma de minhas mãos da cama, em algum tempo estava livre, desamarrei Pedro e coloquei minhas roupas. Escapar daquele pesadelo estava fácil de mais, até que o assassino entrou no quarto. Antes que eu pudesse ter qualquer reação levei um soco na boca e desmaiei. Acordei no chão, do mesmo jeito que cai, porém sem roupas novamente, meu vestido, rasgado, minha calcinha ao meu lado. Sangrava, ardia. Minhas pernas não me sustentavam direito, após algum tempo, me levantei, silencio, caminhei até o outro lado do quarto, Pedro já não estava respirando, jogado no chão ao lado de uma poça de sangue. Encostei-me à parede em busca de apoio, em vão, minhas forças se foram de tal maneira que escorreguei pela parede até sentar no chão com meus olhos vidrados em Pedro.

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